Colonização

Trajeto feito pelos imigrantes até Siderópolis, conta-se que foram 36 dias de viagem.

História

Siderópolis (Nova Belluno) é uma das primeiras colônias italianas do Brasil. A chegada dos imigrantes italianos na região está relacionada ao movimento migratório de europeus para várias partes do mundo, principalmente para as Américas, fugindo das péssimas condições de vida a que estavam submetidos, em busca de novas possibilidades. No Brasil, após 1890, o governo federal desenvolveu uma política de incentivo a imigração do europeu, que passou a ter direito a redução do preço da passagem ou até gratuidade, o que favoreceu o fluxo migratório de alemães, poloneses, russos e principalmente italianos para o Brasil, especialmente no sul do país. Vale ressaltar que o Brasil passava por dificuldades na obtenção de mão-de-obra após a abolição da escravatura.

Em 1891 os primeiros imigrantes italianos que haviam embarcado em Gênova na Itália chegaram ao Rio de Janeiro, passaram por DesterroLaguna e com um trem da Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina chegaram a Pedras Grandes, de onde em carro de boi chegaram a Urussanga, depois foram conduzidos à sede da Colônia Nova Veneza, estruturada desde setembro de 1890. A Colônia estava estruturada em vários núcleos, nominados pelo agrimensor Federico Antonio Selva, em seu trabalho entre janeiro e abril de 1891, como Nova Veneza, Belluno, Treviso, Jordão e Belvedere, como uma forma de reverenciar a região do Vêneto, de onde viriam os imigrantes italianos. Cada um destes núcleos possuía seções – a de Belluno, por exemplo, tinha as seções Estrada para Urussanga, Rio Morosini, Linha Ex-Patrimônio e Rio Fiorita.

O grupo de imigrantes que chegou a partir de 18 de julho de 1891 e promove a colonização na área onde seria a futura Siderópolis era composto de mais ou menos 100 famílias, provenientes das províncias italianas de Veneza, Belluno, TrevisoFerrara e Bérgamo.

Nova Belluno foi recortada em glebas (pedaços de terra), que eram vendidas para os imigrantes, trazidos por uma companhia colonizadora, a Cia. Colonizadora Metropolitana. Os colonos pagariam a longo prazo 600$000 réis (seiscentos mil reis), acrescido de 14$500 réis, o custo de dois machados, uma foice e uma enxada. Suas contas eram registradas em um livro de contabilidade, que lhes custava 1$000 réis.

No começo do século XX foram descobertas grandes reservas de carvão mineral no solo da região. As primeiras mineradoras começaram a se instalar, dentre elas a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que explorou a região entre 1944 e 1989. Por imposição do governo federal, que não desejava que áreas sob seu controle possuísse nomes de origem ou italiana ou alemã, com quem o Brasil estava em guerra, o distrito, que se chamava desde 1913 de Nova Belluno, passou a chamar-se Siderópolis, por decreto do interventor catarinense Nereu Ramos, em 31 de dezembro de 1943, continuando a ser um distrito de Urussanga. A partir de então teve início um movimento pela emancipação de Siderópolis, que culminou no dia 19 de dezembro de 1958, quando o então governador do Estado de Santa Catarina, Heriberto Hülse, assinou a lei n.º 380, desmembrando Siderópolis do município de Urussanga, ficando assim a cidade politicamente emancipada e jurisdicionada à comarca de Urussanga.

A presença italiana foi tão forte que atualmente grande parte da população é bilíngue, mantenedora dos dialetos italianos,como o bergamasco e o bellunese e o idioma oficial italiano, ensinado nas escolas municipais. Mesmo que a etnia italiana seja a dominante, com ênfase à sua história e recuperação da memória, é importante frisar a contribuição de etnias minoritárias como a lusoaçoriana, a afrodescendente e a alemã.

Etimologia

O nome da cidade significa “Cidade do Ferro”

Hoje, Siderópolis conta com importante produção avícola, além da agricultura e da mineração. Sua população, segundo os dados do IBGE, resultado do Censo de 2022 é de 13.714 habitantes.

Bibliografia

  • DASSI, Nilso. Nova Belluno, 1891 – Siderópolis, 1943. Siderópolis: Edição do Autor, 2012;
  • DAVID, Ronaldo. Rio Fiorita: Estado de Espírito I. Siderópolis: Edição do Autor, 2011;
  • Fonte IBGE